Queridos amigos queremos deixar a cada um de vocês o nosso agradecimento por terem feito parte direta ou indiretamente de nossas vidas.
Antes da realização de minha festa de aniversário e que deu origem ao relato que escrevemos no final do ano passado, havíamos decidido que ela seria a última, mas como fazemos tudo de comum acordo, todos acharam melhor aguardar mais um pouco para nos despedirmos.
Havíamos pensado em parar porque nós três – eu, a Paula e a Melissa – queremos engravidar e com isso preferíamos dar um tempo para que isso acontecesse.
Outros encontros aconteceram e foram relatados aqui no blog.
Se tivéssemos decidido parar, era bem provável que não atualizaríamos o blog ou mesmo manteríamos contato com muitos de vocês. Isso se deve muito mais aos novos projetos de vida que estabelecemos do que propriamente desejo de afastamento.
Conversando hoje com um grande amigo, Kakau, de Niterói, comentei que eu e a Paulinha falamos muito sobre o desejo que temos de sermos mães e que, ao contrário do ano passado, em que a decisão de parar havia sido unilateral – minha, hoje está existindo uma conscientização do grupo, o que torna essa transição mais tranquila, pois é pensamento comum que depois de engravidarmos não continuaremos com nossas festas liberais.
Ao longo dos últimos sete anos pudemos perceber em nossas conversas e relacionamentos com casais que se declaram liberais que muitos deles na verdade não agiam dessa forma por encontrarem nesse estilo de vida uma maneira de aumentar o amor entre os parceiros, outros sequer tiveram um encontro com outros casais ou mesmo participaram de um ménage. Existe muito mais fantasia e fetiche do que encontros reais.
Percebemos muitas mentiras nas conversas, mas tudo isso já era esperado, afinal a internet é terra de ninguém e cada um passa aos outros a imagem que deseja, mesmo que não condiga com a realidade de suas vidas.
Pessoas que mal conseguiam escrever os próprios nomes diziam-se altos executivos de multinacionais; casais que na verdade nunca existiram; homens que se passavam por mulheres e vice-versa. Infelizmente, encontramos muitos casais que decidiram participar se swing e troca de casais na esperança de salvarem seus relacionamentos e depois de algum tempo chegaram à conclusão de que restou apenas a frustração e muitos deles acabaram se separando, como era de se esperar, fazendo com que cada um fosse para um lado com um buraco ainda maior no peito e na alma.
Percebemos que grande parte dos maridos estava mais a fim de transar com as outras mulheres do que proporcionar prazer e “liberdade” a suas esposas e muitas esposas preferiam literalmente “cornearem” seus maridos fazendo-os sentir na pele o “constrangimento” que muitas haviam enfrentado ao saberem de seus casos extraconjugais. Não havia cumplicidade, carinho, companheirismo nessa entrega, apenas uma “traição” institucionalizada.
Longe de mim o ser detentora da verdade ou conselheira de quem quer que seja, mas deixo aqui o relato de quem por sete anos se vê envolvida em festas regadas a muito sexo entre amigos.
Sempre deixei claro para as pessoas que conversam comigo pelo MSN que na verdade não entendemos que o que fazemos possa ser classificado com “troca de casais”, pois ao longo dos últimos três anos nunca saímos com casais fora do grupo que criamos. Nosso envolvimento com amigos conhecidos nesse período na internet foi puramente virtual.
Durante esse período procuramos manter nossa privacidade, pois sabíamos que em um dado momento retomaríamos nossas vidas de onde paramos e por essa razão preferimos não nos expor demasiadamente, omitimos assim nomes verdadeiros, empresas que administramos, fornecimento de telefones e até mesmo conversas através de uma “Web Cam”. Não poucos criticaram nossa decisão, mas as amizades virtuais verdadeiras que criamos entenderam e respeitaram nossa decisão e hoje nos consideramos verdadeiros amigos, apesar de sabermos que nunca nos encontraremos pessoalmente. Conquistaram tanto nossa confiança que hoje nos falamos mais pelo nosso MSN particular do que pelo MSN do blog que chegou a ter mais de 900 contatos e hoje conta apenas com 80, sendo que 50 deles receberam um exemplar do livro “Louco Desejo” e desses apenas 12 conhecem nosso MSN particular e nos falamos diariamente.
Infelizmente no passado não foi assim. No início, depois da minha primeira vez em grupo com meu marido e meus dois ex-namorados, eu e meu marido, saíamos pelo menos 3 vezes ao mês com pessoas conhecidas na net e devo confessar que as frustrações e decepções foram maiores que os prazeres que obtivemos. O motivo de pararmos com esses encontros foi, em muitos casos, o ciúme gerado em vários casais, onde os maridos preferiam estar comigo ao invés das esposas em seu dia a dia e o mesmo acontecia com relação a meu marido. Outros problemas surgiram que não vale a pena serem descritos.
Se posso deixar uma mensagem a vocês é dizer que o amor é maior do que qualquer problema ou dificuldade existente em um relacionamento a dois, por essa razão, não importa se a opção de vocês tenha sido convencional ou liberal, façam-na no intuito de que ele cresça e que no momento em que a vida os levar a ter um comportamento mais tranquilo e familiar vocês possam se alegrar dos momentos vividos e seguir em frente amando-se a si mesmos e aos que cruzarem seus caminhos.
A vida é um precioso dom divino e está aí para ser vivida, mas devemos lembrar que assim como houve um momento de começar haverá também o momento de parar e se acalmar.
Pedimos desculpas se em algum momento entristecemos a qualquer um de nossos amigos e esperamos, sinceramente, que todos sejam muito felizes e que suas vidas sejam repletas de realizações, regadas a muito amor fazendo com que seus lares sejam recantos seguros para todos que necessitem refugiar-se nos momentos difíceis há que todos estamos sujeitos.
De nossa parte damos por completada nossa permanência na blogosfera e a pedido de alguns amigos deixaremos o blog “Louco Desejo” no ar, mas não voltaremos a atualizá-lo.
Beijos e obrigada a todos que nos acompanharam até aqui.
Kátia

Fiquei triste em saber que essas são realmente as palavras finais. Gostava mesmo do clima de cumplicidade que rolava na historia de vocês e acredito que é coisa rara até no meio liberal.
ResponderExcluirA maioria só quer a autorização pra farrear sem perder a zona de conforto, enquanto o outro lado só aceita por medo de perder o companheiro(a).
De qualquer modo, como leitor assíduo do blog, desejo a todos vocês(Mar, Kat, Paulinha e cia) muitas felicidades nessa nova empreitada! =D
E assinei com a URL errada, agora tá corrigida! =]
ResponderExcluirQuerido Rafael,
ResponderExcluirObrigada pelo carinho e pelos votos de felicidade.
Assim como você, muitos nos escreveram e-mails e mensagens pelo MSN, manifestando tristeza por não por postarmos mais nossas experiências. De certa forma também ficamos tristes, mas entendemos que nesse momento fechamos um ciclo que foi importante em nossas vidas. Vamos continuar nos reunindo com nossos amigos, mas não relataremos mais esses encontros. Estamos fazendo uma transição mais tranquila agora e esperamos ser mães em breve.
De qualquer forma fiquei feliz por saber que você nos acompanhava até agora.
Bjs e felicidades.
Kátia